A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) acaba de divulgar a Resenha Mensal, ferramenta que faz o acompanhamento mês a mês do consumo de energia elétrica no país.
O boletim atual traz os dados referentes a janeiro de 2023.
Conforme o levantamento, o consumo de energia elétrica no primeiro mês desse ano foi de 42.837 GWh. Em janeiro de 2022, o consumo foi de 542.591.
Portanto, houve um incremento na comparação de 0,6%
A Resenha aponta que a classe residencial (+1,8%) puxou a alta, seguida pelas classes comercial (+1,4%) e industrial (+1,2%).
Já no acumulado em 12 meses, o consumo nacional registrou 508.954 GWh, alta de 1,4% em comparação ao período imediatamente anterior.
O consumo de energia elétrica das residências foi de 13.311 GWh em janeiro deste ano, com aumento de 1,8% em comparação ao mesmo mês de 2022. O consumo foi puxado, principalmente, pelo clima um pouco mais seco em relação ao mesmo mês de 2022.
O estudo da EPE indica que as tarifas de energia elétrica estavam mais baixas em relação a janeiro de 2022, o que pode ter contribuído também para o crescimento do consumo, já que, na tarifa de janeiro desse ano, a bandeira tarifária foi a verde e, no ano passado, foi a de escassez hídrica.
Nordeste (+4,4%), Norte (+3,2%), Sudeste (+1,7%) foram as regiões que contribuíram para o aumento do consumo da classe no mês, enquanto o Sul ficou estável (0,0%) e o Centro-Oeste apresentou retração (-0,4%).
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Entre as Unidades da Federação, os maiores acréscimos foram no Maranhão (+11,7%), Alagoas (+10,1%), Pará (+9,8%), Roraima (+8,2%), Paraíba (+7,8%), Tocantins (+6,7%), Amapá (+6,2%), Minas Gerais e Espírito Santo (+5,9%, ambos).
Industrial
Com 14.942 GWh, a classe industrial (+1,2%) expandiu seu consumo de eletricidade em janeiro, retomando o crescimento após a retração em dezembro.
A região Nordeste (+16,3%) liderou, seguida por Norte (+7,0%) e Centro-Oeste (+2,9%), enquanto Sul (-2,5%) e Sudeste (-2,3%) retraíram.
Seis dos dez setores mais eletrointensivos da indústria elevaram seus consumos. Metalurgia (+232 GWh; +6,5%) foi o setor que mais expandiu, puxado pela cadeia do alumínio primário no Maranhão, principalmente, e no Pará.
Contudo, a queda na produção siderúrgica nacional atenuou a forte alta do consumo de eletricidade na metalurgia. Também se destacaram a extração de minerais metálicos (+83 GWh; +8,2%), com Minas Gerais e Espírito Santo respondendo por mais da metade da expansão; e a fabricação de produtos alimentícios (+81 GWh; +4,0%), onde as altas nas exportações, principalmente de aves e açúcares e melaços, podem ter contribuído para o resultado do setor.
Comercial
Em janeiro de 2023, o consumo de eletricidade da classe comercial foi de 8.079 GWh, elevação de 1,4% em relação ao mês de janeiro de 2022. O bom desempenho do setor de serviços e, em menor grau, o setor de vendas do varejo, continuam motivando a expansão do consumo da classe. De acordo com os últimos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS/IBGE), o setor de serviços teve alta de 6,0% em dezembro de 2022, em relação ao mesmo mês de 2021.
O setor de transportes, outros serviços, serviços prestados às famílias e profissionais, administrativos e complementares podem ter contribuído de forma mais relevante no aumento do consumo.
As regiões Norte (+6,0%), Sudeste (+2,1%) e Sul (+0,9%) puxaram o consumo da classe. Por outro lado, Centro-Oeste (-1,6%) e Nordeste (-0,1%) apresentaram queda no consumo. Entre os Estados, os maiores destaques na expansão no consumo no mês foram: Roraima (+11,7%), Pará e Alagoas (+8,7%, ambos). Já Maranhão (-7,2%), Mato do Grosso do Sul (-6,1%) e Mato Grosso (-5,1%) registraram as maiores quedas do consumo.
Outros
O levantamento registra que outras classes de consumo (incluindo rural, poder público e iluminação pública, por exemplo), tiveram consumo de energia elétrica, no mês de janeiro deste ano, de 6.506 GWh.
No mesmo mês de 2022, o consumo foi de 6.789 GWh. Dessa forma, houve queda de 4,17 no comparativo.
Todas as regiões geográficas registram quedas no consumo: Norte (-0,8%); Nordeste (-1,4%); Sudeste (-4,0%); Sul (-8,1%) e Centro-Oeste (-2,1%).