Compreender as relações entre as mudanças climáticas e a geração hidrelétrica é fundamental para subsidiar o planejamento da expansão com foco no aumento da resiliência do sistema elétrico brasileiro.
O fact sheet “Hidreletricidade e Mudanças Climáticas”, produzido e divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética aborda o papel da hidreletricidade no Brasil, apresenta os riscos climáticos e como a própria EPE vem tratando esse tema. Além disso, aponta caminhos para a adaptação do sistema elétrico frente às mudanças climáticas.
A publicação aborda, de maneira especial, a importância da geração hidrelétrica no país. Essa fonte, para se ter uma ideia, responde por nada menos de 60,2% da energia gerada no país em 2023. E, por conta disso, as hidrelétricas são apontadas como fundamentais ao bom funcionamento do Sistema Interligado Nacional (SIN).
O informativo traz uma linha do tempo demonstrando os eventos e impactos das mudanças climáticas na geração hidrelétrica.
No ano passado e esse ano, para se ter uma ideia, em função da seca extrema e das baixas vazões nos rios amazônicos, ocorreu a paralisação da Usina Hidrelétrica (UHE) Santo Antônio, em Roraima. As UHEs Ferreira Gomes e Cachoeira Caldeirão, no Amapá operaram de forma intermitente.
Por outro lado, as chuvas intensas na região Sul do Brasil deixaram em situação de risco diversas infraestruturas de geração e transmissão de energia elétrica. Houve ainda, rompimento parcial das barragens da UHE 14 de Julho e da PCH Salto Forqueta. Outras sete usinas ficaram em situação de risco.
O Fact Sheet da EPE destaca que o Brasil tem usinas hidrelétricas espalhadas nas cinco regiões, agrupadas em quatro subsistemas: Norte, Nordeste, Sul e Sudeste/Centro Oeste. Este último respondendo por 43% da capacidade instalada.
Devido a isso e por ter uma vasta dimensão territorial, o país tem uma condição melhor de enfrentamento à variedade climática, permitindo que haja uma complementaridade sazonal entre as regiões. Assim, quando algumas bacias apresentam baixa disponibilidade hídrica, outras podem compensar a geração, favorecendo a segurança e resiliência no fornecimento de energia elétrica no país.
Isso, entretanto, não quer dizer que não haja ameaça e ela existe e por isso, os estudos são fundamentais para conhecer a realidade e traçar planos, estratégias e políticas adequadas.
Equilíbrio: Riscos X Investimentos
“No contexto de adaptação às mudanças climáticas no setor elétrico, o equilíbrio entre riscos e investimentos envolve a busca por soluções para manter a segurança no abastecimento de energia elétrica e a modicidade tarifária”, destaca o informativo.
E continua: “De um lado, é necessário investir em infraestrutura mais resiliente e em novas tecnologias. Por outro lado, esses investimentos precisam evitar aumento do preço da energia elétrica para os consumidores e o comprometimento da competitividade do setor”.
Arrematando: “Esse equilíbrio é fundamental para garantir que o setor elétrico possa continuar a operar de maneira eficiente e segura em um ambiente de crescente incerteza climática, sem comprometer sua sustentabilidade econômica e socioambiental, como a segurança energética do Brasil”.
Com informações da EPE
Edição: CONCEG Notícias
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