A matriz elétrica brasileira apresentou mudanças no ano passado, decorrentes da escassez hídrica. É o que revela o Boletim Energético Nacional (BEM) 2022, produzido e divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE),vinculada ao Ministério de Minas e Energia.
Conforme consta da publicação, em 2021, a oferta total de energia foi de 679,2 TWh, com acréscimo de 3,9% em comparação com 2020.
Por outro lado, a oferta de energia hidráulica, que foi de 396,4 TWh em 2020, no ano seguinte, em 2021, caiu para 362,8, assinalando uma redução de 8,5%.
De acordo com o BEM 2022, a escassez de chuvas no ano passado provocou uma redução do nível dos reservatórios das principais hidrelétricas do país e a consequente redução da oferta de hidreletricidade.
Contudo, essa queda foi compensada pelo aumento da oferta de outras fontes, como o carvão vapor (+47,2%), gás natural (+46,2%), eólica (+26,7%) e solar fotovoltaica (+55,9%).
O consumo final de energia elétrica, considerando o consumo dentro do Sistema Interligado Nacional (SIN), de produção isolada e autoprodução, passou de 547,7 TWh para 570,8 TWh em 2021, com um incremento de 4,2%.
As perdas (comerciais e técnicas), caíram de 16,2% para 16%, no mesmo comparativo, portanto, uma redução de 0,2 p.p.
BEN- 2022: Fique por dentro!
- A participação de renováveis na matriz elétrica brasileira atingiu 78,1% de renovabilidade em 2021. Esse movimento ocorreu devido à queda da oferta hidráulica, que foi em parte compensada pelo aumento da geração termelétrica, principalmente a gás natural. (A renovabilidade é calculada com base na Oferta Interna de Energia Elétrica).
- Mais de 15 TWh adicionais em relação a 2021 se devem à evolução da geração eólica (GWh), que teve sucessivos incrementos ao longo dos anos.
- Em 2021, houve avanço de 24% na geração termelétrica. Com isso, a participação no total da geração de energia elétrica aumentou. O principal destaque foi o crescimento do gás natural.
- A energia solar fotovoltaica representou 88,3% da MMGD em 2021, e foi a principal fonte responsável pelo aumento registrado na Micro e Minigeração Distribuída.