Por Claudius Brito- A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia (MME) publicou o Relatório Síntese do Boletim Energético Nacional (BEN) 2023, ano base 2022.
O BEN tem por finalidade apresentar a contabilização relativa à oferta e ao consumo de energia no Brasil, contemplando as atividades de extração de recursos energéticos primários, sua conversão em formas secundárias, importação e exportação, a distribuição e o uso final da energia, ou seja, o consumo.
Oferta interna de energia elétrica
No caso da energia elétrica, verificou-se crescimento na oferta interna de 10,9 TWh (+1,6) em relação a 2021. Os principais destaques, foram:
- Participação de renováveis na matriz elétrica ficou em 87,9% em 2022;
- A geração solar fotovoltaica atingiu 30,1 TWh (geração centralizada e MMGD), crescendo 79,8% e a sua capacidade instalada alcançou 24.453 MW, expansão de 82,4% em relação ao ano anterior;
- A geração hidrelétrica contribuiu com 64,3 TWh adicionais e apresentou crescimento de 17,7% em relação a 2021;
- A geração eólica atingiu 81,6 TWh (crescimento de 12,9%) e a sua potencia instalada alcançou 23.761 MW, expansão de 14,3%;
- Queda de 32,3% na geração termelétrica.
O BEN mostra que, em relação ao consumo final de eletricidade no país, em 2022, houve crescimento de 2,3% em relação ao ano anterior.
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Os setores que mais contribuíram para esse avanço, em valores absolutos, foram o Comercial, que cresceu 6,8 TWh (+7,5%); seguido pelo industrial, que aumentou o seu consumo em 5,2 TWh (+2,4%); pelo residencial, que cresceu em 4,5 TWh (+3,0%); e pelo setor público, com incremento de 1,9 TWh (+4,3%).
O estudo destaca, ainda, que o regime de chuvas em 2022 provocou aumento do nível dos reservatórios das principais hidrelétricas do país e o consequente aumento da oferta de hidreletricidade.
Esse aumento elevou a participação da fonte hidráulica na matriz elétrica brasileira de 53,4% em 2021 para 61,9% em 2022.
Destaca-se que a fonte solar subiu a a sua participação na matriz elétrica de 2,5% para 4,4%. Já a fonte eólica aumentou a participação de 10,6% para 11,8%. A eletricidade importada caiu a participação de 3,4% para 1,9%.