O Brasil exportou cerca de 380 megawatts médios (MWmed) para o Uruguai durante todo o mês de fevereiro de 2023. A quantidade representa um aumento de 142% em relação a janeiro, segundo dados divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
O total exportado foi fundamental para abastecer cerca de 30% do consumo de energia elétrica do país, conforme informou o governo uruguaio, em nota enviada ao governo brasileiro, este mês.
Segurança do abastecimento
A exportação comercial de energia elétrica pelo Brasil aos países vizinhos foi viabilizada pela primeira vez em janeiro de 2023 e foi possível devido à recuperação significativa dos níveis dos principais reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN), gerando excedentes de energia renovável que podem ser exportados sem prejudicar a segurança do abastecimento no Brasil.
Este tipo de operação está respaldado por diretrizes estabelecidas pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
A tendência é ampliar ainda mais essa integração, de acordo com o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
“O MME vai trabalhar para aumentar essa integração energética entre os países, unindo forças no processo de transição energética, possibilitando investimentos, reduzindo custos e fortalecendo o setor elétrico, em benefício dos consumidores brasileiros e dos países vizinhos”, destaca.
De acordo com o Secretário de Energia Elétrica do MME, Gentil Nogueira, os negócios viabilizados com a exportação de energia elétrica produzem receitas aos consumidores de energia elétrica e aos agentes envolvidos.
“Novas modalidades estão em estudo, tendo em vista que temos uma das matrizes mais renováveis do mundo e, com as exportações, vamos conseguir ampliar a utilização da energia excedente no nosso país e aproveitar mais as infraestruturas existentes, reduzindo custos para o consumidor final”, completou.
Principais normativos
Além da Portaria MME nº 49/2022, sobre exportação comercial de energia elétrica para Argentina e Uruguai proveniente de excedentes hidrelétricos, vigoram, no Brasil, a Portaria MME nº 339/2018, que trata de importação comercial de energia elétrica pelo Brasil, a Portaria MME nº 418/2019, sobre exportação comercial de energia elétrica a partir do Brasil, proveniente de usinas termelétricas.
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É importante ressaltar que toda a exportação comercial de energia elétrica a partir do Brasil se dá a partir de excedentes energéticos que não seriam aproveitados pelo Brasil e, portanto, não afeta a segurança energética brasileira.
Importadores
Juntas, Argentina e Uruguai, principais importadoras da energia brasileira, receberam mais de 1.500 MWmed de energia elétrica do Brasil em fevereiro deste ano.
A quantidade abasteceria quase 10 milhões de unidades consumidoras residenciais, considerando a média de consumo do Brasil, e seria suficiente para fornecer energia por 1 ano e meio para todas as residências do estado de Tocantins.
Informações do Ministério de Minas e Energia- MME